MINISTRA ELIANA CALMON FALA COMO CIDADÃ MAIS UMA VEZ AO CITAR IRREGULARIDADES NO PODER JUDICIÁRIO.

Em entrevista à APJ (Associação Paulista de Jornais), a ministra Eliana Calmon criticou as tentativas de associações de magistrados de limitar as atribuições disciplinares do CNJ. Suas palavras causaram fortes reações, especialmente do presidente do CNJ e do STF, Cezar Peluso. Calmon chegou a dizer que seria o primeiro caminho para a impunidade da magistratura, que hoje está com gravíssimos problemas de infiltração de bandidos que estão escondidos atrás da toga.

A ministra citou o Tribunal de Justiça de SP ao dizer que o tribunal apresentaria resistência para ser fiscalizado pelo CNJ. E nós sabemos que ela diz a verdade.

Porém, sem citar o nome da corregedora, o CNJ publicou uma nota de repúdio, citando acusações levianas que, sem identificar pessoas, nem propiciar qualquer defesa, lançam, sem prova, dúvidas sobre a honra de milhares de juízes que diariamente se dedicam ao ofício de julgar com imparcialidade e honestidade, garantindo a segurança da sociedade e a estabilidade do Estado Democrático de direito, e desacreditam a instituição perante o povo."A nota"reafirma, ainda, o compromisso permanente da magistratura nacional com os preceitos éticos e jurídicos que devem governar o exercício da função judiciária, bem como a apuração e punição rigorosas de qualquer desvio funcional". Como falar em honra e ética ao observarmos um Judiciário lento, retrógrado e, principalmente, que não valoriza seus servidores, ou seja, as principais peças que ainda fazem este Poder trabalhar?

Há anos a AOJESP reivindica uma inspeção no Tribunal paulista. Em 2009, por exemplo, a presidente Yvone esteve reunida com o então Corregedor do CNJ, ministro Gilson Dipp, que afirmou saber da importância de uma inspeção em São Paulo. Uma inspeção em São Paulo demoraria uns dois meses. Devemos realizar audiências em São Paulo, Campinas e Ribeirão Preto. São Paulo é um mundo um pouco diferente, disse o magistrado. Em junho de 2011, a diretoria da AOJESP esteve em Brasília com a ministra Eliana Calmon, em seminário realizado pela FOJEBRA, onde foram levadas reivindicações diversas da categoria, inclusive reiterando a necessidade da inspeção.